quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Desejos para 2009
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
sábado, 27 de dezembro de 2008
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Conselho para a vida: Apreciai o vosso chocolate quente!
Um grupo de jovens licenciados, todos bem sucedidos nas carreiras, decidiram fazer uma visita a um velho professor da faculdade, agora reformado. Durante a visita, a conversa dos jovens alongou-se em lamentos sobre o imenso stress que tinha tomado conta das suas vidas e do seu trabalho.
O professor não fez qualquer comentário sobre isso e perguntou se gostariam de tomar uma chávena de chocolate quente. Todos se mostraram interessados e o professor dirigiu-se à cozinha, de onde regressou vários minutos depois com uma grande chaleira e uma grande quantidade de chávenas, todas diferentes – de fina porcelana e de rústico barro, de simples vidro e de cristal, umas com aspecto vulgar e outras caríssimas. Apenas disse aos jovens para se servirem à vontade.
Quando já todos tinham uma chávena de chocolate quente na mão, disse-lhes:
- Reparem como todos escolheram as chávenas mais bonitas e dispendiosas, deixando ficar as mais vulgares e baratas... Embora seja normal que cada um pretenda para si o melhor, é isso a origem dos vossos problemas e stress. A chávena por onde estais a beber não acrescenta nada à qualidade do chocolate quente. Na maioria dos casos é apenas uma chávena mais requintada e algumas nem deixam ver o que estais a beber. O que vós realmente queríeis era o chocolate quente, não a chávena; mas fostes conscientemente para as chávenas melhores...
Enquanto todos confirmavam, mais ou menos embaraçados, a observação do professor, este continuou:
- Considerai agora o seguinte: a vida é o chocolate quente; o dinheiro e a posição social são as chávenas. Estas são apenas meios de conter e servir a vida. A chávena que cada um possui não define nem altera a qualidade da vossa vida. Por vezes, ao concentrarmo-nos apenas na chávena acabamos por nem apreciar o chocolate quente que Deus nos ofereceu. As pessoas mais felizes nem sempre têm o melhor de tudo, apenas sabem aproveitar ao máximo tudo o que têm. Vivei com simplicidade, amai generosamente, ajudai-vos uns aos outros com empenho, falai com gentileza e apreciai o vosso chocolate quente.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
País Infeliz
As sociedades, tais como os indivíduos, têm medo e acumulam traumas. Caem em depressão. Vivemos assustados e com medo do futuro. Tristes tempos estes. E que fazemos? Embalam-nos com projectos de obras megalómanas. Ou com muros de contentores diante do Tejo, que é para não termos mesmo para onde olhar. E nós? Como de costume, adoptamos o provérbio: “fia-te na virgem e não corras”. A virgem neste caso pode ter vários nomes e roupagens. E até pode não ser nada virgem.
Alguma ideia sobre o que poderemos fazer para melhorar este nosso triste estado (a governação não é eficiente, a corrupção grassa, não confiamos uns nos outros)? Leitores-cidadãos-pensantes, onde estais? Será que foram aliens que responderam por nós a este inquérito e nós até estamos muito felizes e contentes e prontos a votar em 2009?
Isto há cada besta...
-- Ok -- Agradeci-lhe, nem vencido nem convencido.
Procurei pelas clínicas perto de onde moro e encontrei uma. Liguei, marquei, fui...
Entrei para um gabinete pequeno claustrofóbico, apenas com uma janela. A Dra X cumprimentou-me com ar distante, mandou-me sentar numa desconfortável cadeira de madeira, enquanto ela se aboletava num cadeirão forrado a pele, almofadado, com encosto para os braços e a cabeça. Ao lado,no espaço exíguo apenas uma maca com um lençol branco. Um ambiente tétrico em tudo diferente, para pior, dos consultórios de Psiquiatria que se vêem nos filmes.
Antes de preencher a ficha como os meus dados pessoais carregou no botão de um cronómetro, acto que me irritou profundamente. A primeira impressão era péssima.
Dra: -- Então o que o trás por cá?
Eu: -- Sinto-me mal de uma maneira que nem consigo explicar muito bem...
Dra: -- Mau estar geral?
Eu: -- Isso mesmo.
Dra: -- Já foi ao médico?
Eu: -- Fui a vários, fiz imensos exames e mandaram-me para Psiquiatria.
Dra: -- Mas porque o mandaram para Psiquiatria?
Eu: -- Disseram-me que os meus sintomas não correspondiam a doença nenhuma...
Dra: -- Mas isso não quer dizer que seja psicológico...
Eu: -- Não sei, de Medicina não percebo nada...
Dra: -- É nervoso?
Eu: -- Sou, especialmente quando me irritam...
Dra: -- Isso é normal !
Esta resposta fez-me pensar pela primeira vez se não estaria ali a perder tempo.
Eu: -- Talvez seja mas sinto-me mal muitas vezes
Dra: -- Vejo aqui que a sua profissão é stressante...
Eu: -- Pode ser, mas gosto dela, e os meus colegas não andam assim...
Dra: -- Mas que género de mau estar é esse?
Eu: -- Abdominal, taquicardias, tonturas, fadiga, falta de força, às vezes vómitos, outras vezes choques eléctricos no corpo...
Dra: -- Sofre do coração?
Eu: -- Não sei, mas os médicos disseram que não depois de verem os ECG que fiz...
Dra: -- Anda a tomar alguma coisa?
Eu: -- Lorenin!
Dra: -- Sente-se bem com ele?
Eu: -- Não, por isso vim aqui !
Dra: -- Estou a ver na sua ficha que é divorciado. Vive sózinho?
Eu: -- Às vezes...
Dra: -- Às vezes como?
Eu: -- Tenho uma amiga ou outra que fica comigo quando tenho tempo...
Dra: -- Foi desde a separação que se sentiu assim?
Eu: -- Não, desde os 25 anos, antes do meu primeiro casamento...
Dra: -- Não estou a ver motivos para você vir aqui...
Eu: -- Vim porque me sinto mal, como lhe disse, e a conselho dos seus colegas...
Dra: -- Aconteceu-lhe alguma coisa grave na vida, na infância?
Eu: -- Não passei fome...Só levei algumas tareias valentes...
Dra: -- E além disso?
Eu: -- Se está a lavar para o campo das violações ou algo do género não aconteceu nada...
Dra: -- Lembra-se de algum motivo que o levasse a ficar mal?
Eu: -- Aconteceu-me tanta coisa, as tareias, os castigos, a tropa lixada, a guerra, desastres de automóvel, amigos que morreram, muita coisa...
Dra: -- Continuo sem ver um motivo para me consultar...
Aí confesso que me exaltei um bocadinho...
Eu: -- Desculpe, eu não gosto de médicos, odeio médicos, odeio hospitais, odeio doenças, odeio consultas odeio tudo o que se relaciona com isto...Acha que vim aqui para passar o tempo?
Dra: -- Acalme-se, há colegas meus que mandam para aqui toda a espécie de gente...
Eu: -- Dra, vamos lá ver se nos entendemos, eu estou cada vez mais limitado a fazer coisas normais como conduzir, andar em multidões, custa-me a andar, canso-me imenso, tenho suores quentes ou frios, mesmo assim não falto um dia ao meu trabalho e como já pôde ver a minha vida é andar de um lado para o outro...
Dra: -- ..................
Eu: -- Posso fumar?
Dra: -- Não, isto é uma consulta.
Eu: -- Pensei que em Psiquiatria não tinha problema fumar.
Dra: -- Comigo, tem...
Eu: -- Por ser consigo ou por ser assim em toda a Psiquiatria?
Dra: -- Isso não interessa...
Eu: -- Como já vi fumar nos filmes de malucos...
Dra: -- Pois, mas aqui não se fuma nem há malucos !
Eu: -- Então não vale a pena vir aqui, não é?
Dra: -- Vamos fazer uma coisa: eu não estou a detectar nada de anormal em si, pode ser uma crise passageira...
Eu: -- Passageira? Há 15 anos que ando assim, alternando fases péssimas com outras menos más, "isto" seja o que for de passageiro não tem nada...
Dra: -- Vou-lhe receitar dois medicamentos e em quinze dias passa-lhe isso tudo...
Eu: -- E o Lorenin?
Dra: -- Vai tomar uma Fluoxetina e um Xanax 0,5 por dia, ao pequeno-almoço e vai ficar bem, sem nada disso que sente...
Rabiscou a receita particular, "mandou-me" pagar os dez contos à empregada e despediu-se com a aspereza com que me recebera.
Doze anos, 98 consultas e mil e quinhentos contos depois:
Eu: -- Dra, isto está cada vez pior, já tomo 3 xanax 0,5 por dia já tomei duas Fluoxetinas por dia, já mudei da Fluoxetina para a Paroxetina e agora nem á rua consigo sair, apanhei fobias de todo o género tremo de dia e noite, o coração ora parece que salta ora parece que pára, a única coisa de útil que ainda vou fazendo é conseguir trabalhar em casa com o computador e às vezes fazer umas pinturas...
Dra (após prolongadíssímo silêncio): -- Bem, sr. XXXXXX (Tremelix) temos de mudar a medicação, afinal o seu problema é Transtorno de Ansiedade Agudo, vai tomar XXXXX à noite. Depois telefone-me.
Nem me despedi dela, furioso pelo diagnóstico de Transtorno de Ansiedade Agudo atrasado quase doze anos. Afinal para que serviram à volta de 100 horas de conversa?
Entretanto o XXXXX que ela me receitara mostrei-o ao meu médico de clínica-geral. Ele olhou para o medicamento sorriu, e perguntou-me:
--Doi-lhe alguma coisa?
--Não, dr., foi a minha Psiquiatra quem me receitou isso porque descobriu passados doze anos que tenho Transtorno de Ansiedade Aguga.
Ele fez um gesto de que algo não estava bem e inquiri-o:
-- Dr., seja sincero comigo, ponha-se no meu lugar se puder e diga-me, se fosse consigo tomava isso?
-- Não -- Respondeu imediatamente.
--Ok, dr., confio em si
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
A Lição do Vidro Embaciado
O vidro embaciado por dentro, não pode ser limpo de fora, e apenas desembacia com o ar quente, gradualmente, até que se consegue ver claramente. Esse ar pode vir de dentro, ou de fora, tal como o ar que se respira, e mesmo que se opte por limpar o vidro com um pano, se não houver ar, ele volta a embaciar.
Já sabemos por experiência própria que não podemos mudar os outros e o mundo lá fora directamente, e sabemos que porém, podemos mudar-nos a nós próprios, fazendo escolhas de acordo com o que realmente queremos manifestar, e libertando as anteriores que já não nos servem no presente.
Por vezes tardamos em fazê-lo realmente, por medo da mudança, por medo de insegurança, por falta de confiança, etc, etc, etc... e por isso os acontecimentos externos que ocorrem no nosso mundo particular continuam a reflectir as escolhas do passado que persistem dentro de nós, e não as escolhas que achamos que realmente queremos mas ainda não alterámos, de facto.
Parece que temos também medo de que, se escolhermos uma vida equilibrada e harmoniosa, não saberemos viver sem a adrenalina do drama.
E então, o nevoeiro persiste nos nossos vidros, e continuamos a ver a vida turva pelos nossos jogos, sem clareza sobre o que é real e o que é ilusório.
Á medida que vamos aquecendo por dentro, fruto do Amor que gradualmente desperta, um Amor profundo, o Amor da Alma, o Amor compassivo que tudo aceita e abarca, incondicionalmente, para além do julgamento, os vidros vão desembaciando. À medida que vamos inspirando cada vez mais profundamente, dizendo "Sim" à Vida, assim ela vai fluindo com
Claro está, que o que se vê lá fora se torna muito diferente, cada vez mais nítido, menos confuso, mais autêntico, mais precioso.
E assim é a lição do vidro embaciado.
Atenção, mantém o Amor aceso dentro de ti, mantém o ar circulando com reverência pela dádiva da Vida e verás que os vidros embaciam cada vez menos. Seja como for, se embaciarem, é simples, basta parar, escolher claramente e pôr o Amor e a Vida a circular de novo. Tão simples...
Tânia Castilho
(Há gente que escreve o que nós sentimos)
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Os Domingos Precisam de Feriados
Toda sexta-feira à noite começa o shabat para a tradição judaica.
Shabat é o conceito que propõe descanso ao final do ciclo semanal de produção, inspirado no descanso divino, no sétimo dia da Criação.
Muito além de uma proposta trabalhista, entendemos a pausa como fundamental para a saúde de tudo o que é vivo.
A noite é pausa, o inverno é pausa, mesmo a morte é pausa. Onde não há pausa, a vida lentamente se extingue.
Para um mundo no qual funcionar 24 horas por dia parece não ser suficiente, onde o meio ambiente e a terra imploram por uma folga, onde nós mesmos não suportamos mais a falta de tempo, descansar se torna uma necessidade do planeta.
Hoje, o tempo de ‘pausa’ é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações ‘para não nos ocuparmos’. A própria palavra entretenimento indica o desejo de não parar. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão.
O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento cresce nessas condições. Nossas cidades se parecem cada vez mais com a Disneylândia.
Longas filas para aproveitar experiências pouco interativas. Fim de dia com gosto de vazio. Um divertido que não é nem bom nem ruim. Dia pronto para ser esquecido, não fossem as fotos e a memória de uma expectativa frustrada que ninguém revela para não dar o gostinho ao próximo..
Entramos no milênio num mundo que é um grande shopping. A Internet e a televisão não dormem. Não há mais insônia solitária; solitário é quem dorme. As bolsas do Ocidente e do Oriente se revezam fazendo do ganhar e perder, das informações e dos rumores, atividade incessante. A CNN inventou um tempo linear que só pode parar no fim.
Mas as paradas estão por toda a caminhada e por todo o processo. Sem acostamento, a vida parece fluir mais rápida e eficiente, mas ao custo fóbico de uma paisagem que passa. O futuro é tão rápido que se confunde com o presente. As montanhas estão com olheiras, os rios precisam de um bom banho, as cidades de uma cochilada, o mar de umas férias, o domingo de um feriado…
Nossos namorados querem ‘ficar’, trocando o ’ser’ pelo ‘estar’. Saímos da escravidão do século XIX para o leasing do século XXI - um dia seremos nossos?
Quem tem tempo não é sério, quem não tem tempo é importante. Nunca fizemos tanto e realizamos tão pouco. Nunca tantos fizeram tanto por tão poucos…
Parar não é interromper. Muitas vezes continuar é que é uma interrupção.
O dia de não trabalhar não é o dia de se distrair - literalmente, ficar desatento. É um dia de atenção, de ser atencioso consigo e com sua vida. A pergunta que as pessoas se fazem no descanso é ‘o que vamos fazer hoje?’ - já marcada pela ansiedade. E sonhamos com uma longevidade de 120 anos, quando não sabemos o que fazer numa tarde de Domingo.
Quem ganha tempo, por definição, perde. Quem mata tempo, fere-se mortalmente. É este o grande ‘radical livre’ que envelhece nossa alegria - o sonho de fazer do tempo uma mercadoria.
Em tempos de novo milênio, vamos resgatar coisas que são milenares. A pausa é que traz a surpresa e não o que vem depois. A pausa é que dá sentido à caminhada. A prática espiritual deste milênio será viver as pausas. Não haverá maior sábio do que aquele que souber quando algo terminou e quando algo vai começar.
Afinal, por que o Criador descansou? Talvez porque, mais difícil do que iniciar um processo do nada, seja dá-lo como concluído.
* Texto do Rabino Nilton Bonder, da Congregação Judaica
Obrigado Carla
sábado, 13 de dezembro de 2008
You have to trust in something
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
From a friend of mine
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Abracadabra...
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