Quando o tempo mostra a sua fugacidade...já não basta demorar-se na sensação de ter a alma embalada…
Correr na esperança é um pouco como sentir-se atraído por alguém e empreender uma aproximação em função das expectativas que se pressupõe existirem no outro... o que geralmente apenas conduz a um impasse.
De nada serve perder-se na tentativa de compreender o que o outro sente, ou prever as suas reacções, apenas se esquece o mais importante: a personalidade e a espontaneidade.
Na sedução, assim como na vida, deve-se ter a audácia de simplesmente ser genuíno e mostrar o que se sente...
O nós somente existe na união dos dois "eus". E se assim não for, a relação irá deteriorar-se a cada vislumbre do verdadeiro outro, acabando apenas por permanecer a esperança...
E essa, toma ao longo da vida diferentes caminhos, como o do optimismo, da fé, por vezes até o da ilusão...
Porque confiar na vida parece dar-lhe sentido, trazendo um sentimento positivo e de força.
Mas a esperança acaba indubitavelmente por fazer-nos crer no destino, transformando-se num empecilho, reforçando e justificando a nossa impotência em detrimento da determinação, sugerindo que eventualmente tudo se resolve por si, com o tempo... e que nem tudo depende de nós…
E assim se penhora o futuro... investindo na esperança…"
Chantal Féron - Revista Psicologia actual
3 comentários:
"..nem tudo depende de nós.."
É a verdade.
Do que depender, façamos por realizar a obra que nos cabe, olhando de frente o destino.
Aquilo que não controlamos, deixemos correr...sem penhoras. Com verdade. Sempre.
:)
Ao cabo de umas décadas de vida, esta é uma verdade que se impõe, a quem não quis manter ficções. Constata-a qualquer um que tenha já quebrado amarras.
Verdade, sem dúvida, mas não novidade.
"Apesar das ruínas e da morte
Onde sempre acabou cada ilusão
A força dos meus sonhos é tão forte Que de tudo renasce a exaltação
E nunca as minhas mãos estão vazias"
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