domingo, 17 de dezembro de 2006

Verdade

Não há factos eternos, como não há verdades absolutas. (Nietszche)

Entre as drogas que alteram o pensamento, a melhor é a verdade. (Lily Tomlin)

A verdade é a melhor camuflagem. Ninguém acredita nela. (Max Frich)

Só nos encontramos depois de encarar a verdade. (Pearl Bailey)

A verdade é filha do tempo, não da autoridade. (Francis Bacon)

Não há nada que conduza à verdade. Temos que navegar por mares sem roteiros para encontrá-la. (J. Krisnamurti)

Para quê discutir com os homens que não se rendem às verdades mais evidentes? Não são homens, são pedras. Tenho um instinto para amar a verdade; mas é apenas um instinto. (Voltaire)

Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, vale apenas por um único momento: aquele em que o homem compreende de uma vez por todas quem é. (Jorge Luís Borges)

Todo erro se apóia numa verdade da qual se tem abusado. (Whillein Bousset)

A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer. (Mário Quintana)

A Dúvida É o Preço da Pureza e É Inútil Ter Certeza!

Crê nos que buscam a verdade. Duvida dos que a encontraram. (André Gide)

sábado, 16 de dezembro de 2006

Luz depois do mergulho

depois de te amar saio refrescada
transparente nascida água
matéria de cisterna
de fosso fundo eterna
na tua profundidade

depois de me encharcar volto cristalina
do escuro à tona respiro
busco a luz que te defina:
água, talvez
água fugaz corpo piscina

Claudia Roquette-Pinto

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Estou sentado á beira-mar

"Estou sentado á beira-mar, olhando o mar sem o ver.E enquanto olho e não vejo, sinto a dança e a contradança de lembrar e esquecer.Não sei se vou lembrar, não sei se vou esquecer.E enquanto sei e não sei;Estou sentado á beira-mar, olhando o mar sem o ver. Na tal dança, contradança de lembrar e esquecer, pressinto que vou sentir lágrimas no meu olhar.E enquanto sinto e não sinto, atiro pedras ao mar."

Milan Kundera

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Desde o chão

A pele porosa do silêncio
agora que a noite sangra nos pulsos
traz-me o teu rumor de chuva branca.

O verão anda por aí, o cheiro
violento da beladona cega a terra.
Cega também, a boca procura
trabalhos de amor. Encontra apenas
o nó de sombra das palavras.

Palavras... Onde um só grito
bastaria, há a gordura
das palavras. Palavras -
quando apetecem claridades súbitas,
o sumo estreme, a ponta extrema
do teu corpo, arco, flecha,
corola de água aberta
ao fogo a prumo do meu corpo.

Do chão ao cume das colinas,
eis as areias. Cala-te.
Deita-te. Debaixo dos meus flancos.
A terra toda em cima. Agora arde. Agora.

Eugénio de Andrade

Soneto de amor

Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma... Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas...
E que os meus flancos nus vibrem no enleio
Das tuas pernas ágeis e delgadas.

E em duas bocas uma língua..., - unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois... - abre os teus olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada...
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

José Régio

segunda-feira, 27 de novembro de 2006

Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

Mário Cesariny

Lembra-te

Lembra-te
que todos os momentos
que nos coroaram
todas as estradas
radiosas que abrimos
irão achando sem fim
seu ansioso lugar
seu botão de florir
o horizonte
e que dessa procura
extenuante e precisa
não teremos sinal
senão o de saber
que irá por onde fomos
um para o outro
vividos

Mário Cesariny

domingo, 26 de novembro de 2006

O MAR

Canta e bate o mar, não está de acordo.

Não o amarrem. Não o encerrem.

Está ainda a nascer. Rebenta a água na pedra e

abrem-se pela primeira vez os seus infinitos olhos.

Mas já de novo se fecham, não para morrer,

mas para continuar a nascer.

Pablo Neruda

POEMA À MÂE

No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me?
-Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade

sábado, 25 de novembro de 2006

Os carros velhos que deixamos

A São tinha voltado, sem ninguém saber, tinha-se instalado na cidade de onde tinha saído há muito.
Estava parecida com o que era, mas sempre fora igual a tanta gente que, dificilmente alguém se lembrava mesmo dela.
De cada vez que se olhava para ela, fazia lembrar alguém, sempre outra pessoa e isso era a São.
A cidade era antiga, do tempo dos cruzados. As muralhas de pedra arredondadas pelo vento mostravam o peso que a São não tinha na sua face.
Encontrei-a um dia e como só podia, foi a São que se lembrou de mim.
Como me recordei logo de tudo o que se tinha passado entre nós.
Como era forte o tempo que nós tínhamos em comum.
Cativante e inebriante, de face ingénua, de criança, e assexuada expressão.
Ali estava tudo, a memória do que podia ter sido se.
A conversa foi logo de intimidade e ondas de energia a percorrer todo o corpo.
A cumplicidade e a vergonha do afastamento invadiu-nos.
Sabíamos que algo não estava certo. Mas o quê?
Ela era o que sempre fora, só queria que gostassem dela.
Porque é que acontece isso às pessoas que ao ficarem perto de algumas outras, ficam como se não se conhecessem a si mesmas?
Nós éramos assim, ou melhor ela era assim perto de mim.
Desconfiava no entanto que tinha saído da cidade por minha causa. Não aguentava a nossa proximidade que mexia com ela, aumentando-lhe a agitação sem me fazer parecer agitado
Podia tudo menos isso.
O outro tinha de ficar mais agitado do que ela para ela poder confiar.
Voltou na esperança de ficar, e isso era algo que fazia a diferença no seu comportamento.
Agora não só fazia lembrar os outros na cara como na atitude, até ver.
Aquele encontro não podia ter acontecido, tudo se transformou.
A memória do que aquela cidade é ao pé de mim, voltou a faze-la diferente aos olhos dos outros e isso era insuportável.
Teve de fazer alguma coisa, mas o quê.
Talvez criar um medo, pânico nos outros.
À noite quando estava sentado á janela alguém arremessou um pau, que para alem de partir o vidro fez um grande estrondo com a sua entrada.
Sabia que era ela.
Eu não devia ter parecido calmo quando a encontrei, isso era para ela o pior. Não sabia interpretar os seus sentimentos sem convulsão, a raiva e sem o confronto do outro.
Eu tinha de decidir o que fazer a seguir.
A São tinha mudado de emprego, agora trabalhava no campo, era um trabalho que a fazia relacionar com pessoas que vinham e iam em pouco tempo e raramente voltavam, era mesmo bom para ela.
Assim, podia ser todas as personagens que conseguia, sem problemas de a confrontarem com a estranheza de estar sempre a mudar.
Mas, lá estava eu para tornar tudo difícil, impossível vim eu a perceber.
Aproximei-me calmamente e falei.
Era impossível falar, isso trazia tudo a lume e o medo de não saber o que era a sua natureza era o pior do mundo, pelo menos era o que ela parecia sentir.
Não aguentou, e como o que sabia fazer era fugir, desapareceu deixando o carro que a acompanhava desde o tempo em que nos conhecemos pela primeira vez.
Um carro que tinha sido caro e luxuoso quando novo, mas agora já sem trabalhar e com ferrugem e mossas era um peso a menos que transportava para onde quer que fosse.
O seu antigo amor tinha-a vindo buscar e era uma saída de cena pelo menos familiar já que o desejo de mudar para o que queria, no fundo, era impossível.
Pelo menos desta vez.

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

URGENTEMENTE

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
Ódio, solidão e crueldade,
Alguns lamentos,
Muitas espadas.
É urgente inventar a alegria,
Multiplicar as searas,
É urgente descobrir rosas e rios
E manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
Impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
Permanecer.

Eugénio de Andrade, Antologia Breve

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

O elefante de circo

Quando eu era muito pequeno, adorava o circo e aquilo de que mais gostava eram os animais. Cativava-me especialmente o elefante que, como vim a saber mais tarde, era também o animal preferido dos outros miúdos. Durante o espectáculo, a enorme criatura dava mostras de ter um peso, tamanho e força descomunais… Mas, depois da sua actuação e pouco depois de voltar para os bastidores, o elefante ficava sempre atado a uma pequena estaca cravada no solo, com uma corrente a agrilhoar-lhe uma das pata.
No entanto, a estaca não passava de um minúsculo pedaço de madeira enterrado uns centímetros no solo. E, embora a corrente fosse grossa e pesada, parecia-me obvio que um animal capaz de arrancar uma árvore pela raiz, com toda a sua força, facilmente se conseguiria libertar da estaca e fugir.
O mistério continua a parecer-me evidente.
O que é que o prende, então?
Porque é que não foge?
Quando eu tinha cinco ou seis anos, ainda acreditava na sabedoria dos mais velhos. Um dia, decidi questionar um professor, um padre e um tio sobre o mistério do elefante.
Um deles explicou-me que o elefante não fugia porque era amestrado.
Fiz então a pergunta óbvia:
- Se é amestrado, porque é que o acorrentam?
Não me lembro de ter recebido uma resposta coerente. Com o passar do tempo, esqueci o mistério do elefante e da estaca e só o recordava quando me cruzava com outras pessoas que também já tinham feito a mesma pergunta.
Há uns anos, descobri que, felizmente para mim, alguém fora tão inteligente e sábio que encontrara a resposta:

O elefante do circo não foge porque esteve atado a uma estaca desde que era muito, muito pequeno.

Fechei os olhos e imaginei o indefeso elefante recém-nascido preso à estaca. Tenho a certeza de que naquela altura o elefantezinho puxou, esperneou e suou para se tentar libertar. E, apesar dos seus esforços, não conseguiu, porque aquela estaca era demasiado forte para ele.
Imaginei-o a adormecer, cansado, e a tentar novamente no dia seguinte, e no outro, e no outro… Até que, um dia, um dia terrível para a sua história, o animal aceitou a sua impotência e resignou-se com o seu destino.
Esse elefante enorme e poderoso, que vemos no circo, não foge porque, coitado, pensa que não é capaz de o fazer.
Tem gravada na memória a impotência que sentiu pouco depois de nascer.
E o pior é que nunca mais tornou a questionar seriamente essa recordação.
Jamais, jamais tentou pôr novamente à prova a sua força…

» A única maneira de saberes se és capaz é tentando novamente, de corpo e alma… e com toda a força do teu coração!«

Jorge Bucay –“ deixa-me que te conte”

Semear Tâmaras

Num oásis escondido numa das mais longínquas paisagens do deserto, encontrava-se o velho Eliahu, de joelhos, ao lado de umas palmeiras de tâmaras.
O seu vizinho Hankim, o endinheirado mercador, deteve-se no oásis para descansar os camelos e viu Eliahu a transpirar, enquanto cavava na areia.
- Então velho? Que a paz esteja contigo.
-E contigo - respondeu Eliahu, sem abandonar a sua tarefa.
- Que fazes aqui, com este calor e com essa pá nas mãos?
- Estou a semear - disse o velho.
- Que semeias aqui, Eliahu?
- Tâmaras – disse Eliahu, apontando para as palmeiras em sua volta.
- Tâmaras! – repetiu o recém chegado. E fechou os olhos como quem escuta a maior estupidez do mundo, com compreensão. – O calor prejudicou-te o cérebro, querido amigo. Vem, deixa essa tarefa e vamos à loja beber um copo de licor.
- Não, quero acabar de semear. Depois se quiseres vamos beber um copo.
- Diz-me, amigo. Quantos anos tens?
- Não sei… Sessenta, setenta, oitenta… Não sei… Esqueci-me. Mas que importância tem isso?
- Olha, amigo. As tamareiras demoram mais de cinquenta anos a crescer e só quando se transformam em palmeiras adultas estão em condições de dar fruto. Não te desejo mal, como sabes. Oxalá vivas até aos cento e um anos, mas tu sabes que dificilmente poderás colher o que sêmeas hoje. Deixa isso e vem comigo.
- Olha, Hakim. Comi as tâmaras que outra pessoa semeou, outra pessoa que também sonhou em comê-las. Eu semeio, hoje, para que os outros possam comer, amanhã, as tâmaras que estou a plantar… E nem que seja em honra desse desconhecido, vale a pena terminar a minha tarefa.
- Deste-me uma grande lição, Eliahu. Deixa-me pagar-te com um saco de moedas esta lição que hoje me deste. – E, dizendo isto, Hakim pôs na mão do velho um saco de couro.
- Agradeço-te as moedas, amigo. Como vês, às vezes acontecem coisas destas: o teu prognóstico é que eu não chegarei a colher o que semeei. Parece verdade e, no entanto, olha, ainda não acabei de semear e já colhi um saco de moedas e gratidão de um amigo.
- A tua sabedoria espanta-me, velho. Esta é a segunda grande lição que hoje me dás e talvez seja mais importante ainda do que a primeira. Deixa-me pagar-te também por essa lição com outro saco de moedas.
- Às vezes acontecem coisas destas – prosseguiu o velho.
E estendeu a mão, olhando para os dois sacos de moedas: - Semeei para não colher e, antes de acabar de semear, colhi não uma, mas duas vezes.
- Chega velho. Não continues a falar. Se continuares a ensinar-me coisas, tenho medo que toda a minha fortuna não seja suficiente para te pagar…

Jorge Bucay - "deixa-me que te conte"

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Amor – pois que é palavra essencial

Amor – pois que é palavra essencial
comece esta canção e toda a envolva.
Amor guie o meu verso, e enquanto o guia,
reúna alma e desejo, membro e vulva.

Quem ousará dizer que ele é só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante de infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?

Ao delicioso toque do clitóris,
já tudo se transforma, num relâmpago.
Em pequenino ponto desse corpo,
a fonte, o fogo, o mel se concentraram.

Vai a penetração rompendo nuvens
e devassando sóis tão fulgurantes
que nunca a vista humana os suportara,
mas, varado de luz, o coito segue.

E prossegue e se espraia de tal sorte
que, além de nós, além da prórpia vida,
como ativa abstração que se faz carne,
a idéia de gozar está gozando.

E num sofrer de gozo entre palavras,
menos que isto, sons, arquejos, ais,
um só espasmo em nós atinge o climax:
é quando o amor morre de amor, divino.

Quantas vezes morremos um no outro,
no úmido subterrâneo da vagina,
nessa morte mais suave do que o sono:
a pausa dos sentidos, satisfeita.

Então a paz se instaura. A paz dos deuses,
estendidos na cama, qual estátuas
vestidas de suor, agradecendo
o que a um deus acrescenta o amor terrestre.

Carlos Drummond de Andrade

Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento.
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Qual é a resposta correcta...?

Passeio por um caminho solitário.
Desfruto do ar, do sol, dos pássaros
e do prazer de ser levado pelos meus pés
para onde quer que eles me levem.
De um lado do caminho
encontro um escravo a dormir.
Aproximo-me e descubro que está a sonhar.
Pelas suas palavras e expressões adivinho...
Sei o que sonha:
O escravo está a sonhar que é livre.
A expressão do seu rosto reflecte paz e serenidade.
pergunto-me...
Devo acordá-lo e mostrar que é apenas um sonho
para que saiba que continua a ser um escravo?
Ou devo deixá-lo a dormir o tempo todo que puder,
desfrutando, nem que seja apenas em sonhos,
da sua realidade fantasiada?

Jorge Bucay

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Having slain anger, one sleeps soundly;

Having slain anger, one does not sorrow;
The killing of anger,
With its poisoned root and honeyed tip:
This is the killing the noble ones praise,
For having slain that, one does not sorrow.

-Buddha, "The Connected Discourses of the Buddha"

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor... não cante,
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante,
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade,
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude,
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente,
Hei de morrer de amar mais do que pude.


Vinícius de Moraes

domingo, 12 de novembro de 2006

Madrastas e Padrastos

Como foi o primeiro encontro com a tua madrasta?
Normal. Encontrámo-nos num parque e fomos comer. Ela tem dois filhos e foi muito divertido.
Como soubeste que essa pessoa era a namorada do teu pai?
Ele não me disse, mas eu percebi porque eles davam beijinhos e estavam quase sempre juntos.
O que sentiste?
Senti-me normal. Ela é muito simpática e querida. Quando estou a chorar, ela acompanha-me, dá-me abraços e beijinhos. Gosto muito dela.
Quando vais ter com o teu pai, gostas que ela lá esteja?
Sim, é mais divertido, estou com os filhos dela. Já não a vejo há alguns dias e tenho saudades.
O que é importante para ser uma boa madrasta ou bom padrasto?
Serem simpáticos, carinhosos, darem-nos mimos, compreenderem-nos. Gostarem de nós como somos. Isto é importante em qualquer amizade.
Há alguma coisa que não te agrade?
Tenho medo que os meus pais (mais a minha mãe) me dêem menos atenção por estarem com outras pessoas. Mas isso não acontece. Eu é que sou muito ciumenta.
E que coisas achas positivas...
Se acontecer alguma coisa com a nossa mãe, isso é muito mau. Mas é bom podermos ter logo esta pessoa que nos ajuda a continuar a crescer.

Teresa, 9 anos - Revista "Visão Júnior", nº 30, Novembro/ 2006

sábado, 11 de novembro de 2006

Reflexo Infinito

Hoje, quando via os "Power Rangers" ouvi dizer de um dos "Super Maus":

-"Tem o poder do reflexo infinito, e isso prende-os lá dentro".

Como é perigoso o "reflexo infinito".

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

"Esperar não basta...

Quando o tempo mostra a sua fugacidade...já não basta demorar-se na sensação de ter a alma embalada…

Correr na esperança é um pouco como sentir-se atraído por alguém e empreender uma aproximação em função das expectativas que se pressupõe existirem no outro... o que geralmente apenas conduz a um impasse.
De nada serve perder-se na tentativa de compreender o que o outro sente, ou prever as suas reacções, apenas se esquece o mais importante: a personalidade e a espontaneidade.
Na sedução, assim como na vida, deve-se ter a audácia de simplesmente ser genuíno e mostrar o que se sente...
O nós somente existe na união dos dois "eus". E se assim não for, a relação irá deteriorar-se a cada vislumbre do verdadeiro outro, acabando apenas por permanecer a esperança...
E essa, toma ao longo da vida diferentes caminhos, como o do optimismo, da fé, por vezes até o da ilusão...
Porque confiar na vida parece dar-lhe sentido, trazendo um sentimento positivo e de força.
Mas a esperança acaba indubitavelmente por fazer-nos crer no destino, transformando-se num empecilho, reforçando e justificando a nossa impotência em detrimento da determinação, sugerindo que eventualmente tudo se resolve por si, com o tempo... e que nem tudo depende de nós…

E assim se penhora o futuro... investindo na esperança…"


Chantal Féron - Revista Psicologia actual

sexta-feira, 3 de novembro de 2006

A Cidade dos Poços


Aquela cidade não era habitada por pessoas, como todas as outras cidades do Planeta.
Aquela cidade era habitada por poços. Poços vivos…mas afinal poços.
Os distinguiam-se entre si não somente pelo lugar onde estavam escavados, mas também pelo parapeito (a abertura que os ligava ao exterior).
Havia poços ricos e ostensivos com parapeitos de mármore e metais preciosos; poços humildes de tijolo e madeira e outros mais pobres, simples buracos rasos que se abriam na terra.
A comunicação entre os habitantes da cidade fazia-se de parapeito em parapeito, e as notícias corriam rapidamente de ponta a ponta do povoado.
Um dia, chegou à cidade uma «moda» que certamente tinha nascido nalgum pequeno povoado humano.
A nova ideia assinalava que qualquer ser vivo que se prezasse deveria cuidar muito mais do interior que do exterior. O importante não era o superficial, mas o conteúdo.
Foi assim que os poços começaram a encher-se de coisas.
Alguns enchiam-se de jóias, moedas de ouro e pedras preciosas.
Outros, mais práticos, enchiam-se de electrodomésticos e aparelhos mecânicos. Outros ainda optaram pela arte, e foram-se enchendo de pinturas, pianos de cauda e sofisticadas esculturas pós-modernas.
Finalmente, os intelectuais encheram-se de livros, de manifestos ideológicos e de revistas especializadas.
O tempo passou.
A maioria dos poços encheu-se a tal ponto que já não podia conter mais nada.
Os poços não eram todos iguais, por isso, embora alguns se tenham conformado, outros pensaram no que teriam de fazer para continuar a meter coisas no seu interior…
Um deles foi o primeiro. Em vez de apertar o conteúdo, lembrou-se de aumentar a sua capacidade alargando-se.
Não passou muito tempo até que a ideia começasse a ser imitada.
Todos os poços utilizavam grande parte das suas energias a alargar-se para criarem mais espaço no seu interior. Um poço, pequeno e afastado do centro da cidade, começou a ver os seus colegas que se alargavam desmedidamente. Ele pensou que se continuassem a alargar-se daquela maneira, dentro em pouco confundir-se-iam os parapeitos dos vários poços e cada um perderia a sua identidade.

Talvez a parti dessa ideia, ocorreu-lhe que outra maneira de aumentar a sua capacidade seria crescer, mas não em largura, antes em profundidade. Fazer-se mais fundo em vez de mais largo. Depressa se deu conta de que tudo que tinha dentro dele lhe impedia a tarefa de se aprofundar. Se quisesse ser mais profundo, seria necessário esvaziar-se de todo o conteúdo…
Ao princípio teve medo do vazio. Mas, quando viu que não havia outra possibilidade, depressa se meteu a fazê-lo.
Vazio de posses, o poço começou a tornar-se profundo, enquanto os outros se apoderavam das coisas das quais ele se tinha despojado…
Um dia algo surpreendeu o poço que crescia para dentro. Dentro, muito no interior e muito fundo… encontrou água.
Nunca antes nenhum poço tinha encontrado água.
O poço venceu a sua surpresa e começou a brincar com a aguado fundo, humedecendo as paredes, salpicando o seu parapeito e, por último atirando água para fora.
A cidade nunca tinha sido regada a não ser pela chuva, que na verdade era bastante escassa. Por isso, a terra que estava à volta do poço, revitalizada pela água, começou a despertar.
As sementes das suas entranhas brotaram em forma de erva, de trevos, de flores e de hastezinhas delicadas que depois se transformaram em árvores…
A vida explodiu em cores à volta do poço ao qual começaram a chamar «o Vergel».
Todos lhe perguntavam como tinha conseguido aquele milagre.
- Não é nenhum milagre - respondeu Vergel . - Deve aprofundar-se no interior até ao fundo.
Muitos quiseram seguir o exemplo de Vergel, mas aborreceram-se da ideia quando se deram conta de que para serem mais profundos se tinham de esvaziar. Continuaram-se a encher mais de coisas…
No outro extremo da cidade, outro poço decidiu correr também o risco de se esvaziar…
E também começou a escavar…
E também chegou à água…
E também salpicou até ao exterior criando um segundo oásis verde no povoado…
- Que vais fazer quando a água acabar? – perguntavam-lhe.
- Não sei o que se passará – respondia ele – Mas, por agora, quanto mais água tiro, mais água há.
Passaram-se uns meses antes da grande descoberta.
Um dia, quase por acaso, os dois poços deram-se conta de que a água que tinham encontrado no fundo de si próprios era a mesma…
Que o mesmo rio subterrâneo que passava por um inundava a profundidade do outro.
Deram-se conta de que se abria para eles uma vida nova.
Não somente podiam comunicar um com o outro de parapeito em parapeito, superficialmente, como todos os outros, mas a busca também os tinha feito descobrir um novo e secreto ponto de contacto.

Tinham descoberto a comunicação profunda que somente conseguem aqueles que têm coragem de se esvaziar de conteúdos e procurar no fundo do seu ser o que têm para dar…

Jorge Bucay – a cidade dos poços

terça-feira, 31 de outubro de 2006

O amor no terceiro milénio

Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início desse milénio.
As relações afectivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor.

O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.

A ideia de uma pessoa ser o remédio para a nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século.

O amor romântico parte da premissa de que somos uma fracção e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos.

Muitas vezes ocorre um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características para se amalgamar ao projecto masculino.

A teoria entre opostos também vem dessa raiz:

O outro tem de saber fazer o que eu não sei.
Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante.
Uma ideia prática de sobrevivência, e pouco romântica.

A palavra de ordem deste século é parceria.

Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo.
Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso – o que é muito diferente.

Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas, e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas.
Elas estão começando a perceber que se sentem fracção, mas são inteiras.

O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente fracção.
Não é príncipe ou salvador de coisa alguma. É apenas um companheiro de viagem.

O homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de ir se reciclando para se adaptar ao mundo que fabricou.

Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo.

O egoísta não tem energia própria, ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral.

A nova forma de amor, tem nova feição e significado.
Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.

E ela só é possível para aqueles que conseguiram trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afectiva.

A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afectivas são óptimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem.

Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado.
Cada cérebro é único.
Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém.

Muitas vezes, pensamos que o outro é nossa alma gémea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.

Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal.

Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro.

Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.

O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação, há o aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.

Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo...

“A pior solidão é aquela que se sente quando acompanhado”


Autor: Flávio Gikovate

O que me surpreende na humanidade

Quando Estou Só e Penso

Quando estou só e penso

sinto que estou preso por um nó

forte e imenso

a esta vida inconstante

ora resplandecente e brilhante

ora desconcertante e escura

como um beco de uma rua

por um nada de saber.

Pais Maus

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

AS PALAVRAS

São como cristal,
as palavras.
Algumas um punhal,
um incêndio.
Outras, orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória
Inseguras navegam
barcos ou beijos, as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe assim
cruéis, desfeitas, nas suas conchas puras?

(Eugénio de Andrade)

sábado, 28 de outubro de 2006

Paz

Certa vez houve um concurso de pintura e o primeiro lugar seria dado ao quadro que melhor representasse a paz.

Ficaram, entre muitos, três finalistas igualmente empatados.

O primeiro retratava uma imensa pastagem com lindas flores e borboletas que bailavam no ar acariciadas por uma brisa suave.

O segundo mostrava pássaros a voar sob nuvens brancas como a neve em meio ao azul anil do céu.

O terceiro mostrava um grande rochedo sendo açoitado pela violência das ondas do mar em meio a uma tempestade estrondosa echeia de relâmpagos.

Mas para surpresa e espanto dos finalistas, o escolhido foi o terceiro quadro, o que retratava a violência das ondas contra o rochedo.

Indignados, os dois pintores que não foram escolhidos, questionaram o juiz que deu o voto de desempate:

- Como este quadro tão violento pode representar a paz, Sr. Juiz?

E o juiz, com uma serenidade muito grande no olhar, disse:

- Vocês repararam que em meio à violência das ondas e à tempestadehá, numa das fendas do rochedo, um passarinho com seus filhotes dormindo tranquilamente?

E os pintores sem entender responderam:

- Sim, mas...

Antes que eles concluíssem a frase, o juiz ponderou:

- Caros amigos, a verdadeira paz é aquela que mesmo nos momentos mais difíceis nos permite repousar tranquilos.Talvez muitas pessoas não consigam entender como pode reinar a paz em meio à tempestade, mas não é tão difícil de compreender.Considerando que a paz é um estado de espírito podemos concluir que, se a consciência está tranquila, tudo à volta pode estar em revolução que conseguiremos manter nossa serenidade.

Fazendo uma comparação com o quadro vencedor, poderíamos dizer que o ninho do pássaro que repousava serenamente com seus filhotes, representa a nossa consciência.

A consciência é um refúgio seguro, quando nada tem que nos reprove.

E também pode acontecer o contrário:

tudo à volta pode estar tranquilo e nossa consciência arder em chamas.

A consciência, portanto, é um tribunal implacável, do qual não conseguiremos fugir, porque está em nós.É ela que nos dará possibilidades de permanecer em harmonia íntima, mesmo que tudo à volta ameace desmoronar, ou acuse sinais de perigo solicitando correcção.

Sendo assim, a paz não será implantada por decretos nem por ordens exteriores, mas será a conquista individual de cada ser dentro de sua própria intimidade.

E-mail enviado por amigo

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Sabes gerir a raiva ????, rssss

Inverosímil mas com piada!

Por vezes, quando se tem um mau dia e precisamos de o descarregar em
alguém, não o faça em alguém seu conhecido. Descarregue em alguém que
NÃO conheça.
Estava sentado à minha secretária, quando me lembrei de um telefonema
que tinha de fazer. Encontrei o número e marquei-o. Respondeu um homem
que disse:
-"Está?"
Educadamente respondi-lhe:
-"Estou! Sou o Luís Alves. Posso falar com a Sra. Ana Marques , por favor?"
Ficou com uma voz transtornada e gritou-me aos ouvidos:
-"Vê lá se arranjas a m**** do número certo, ó filho da p***!" e
desligou o telefone.
Nem queria acreditar que alguém pudesse ser tão mal educado por causa
de uma coisa destas.
Quando consegui ligar à Ana, reparei que tinha acidentalmente
transposto os dois últimos dígitos. Decidi voltar a ligar para o
número "errado" e, quando o mesmo tipo atendeu, gritei-lhe:
-"És um grande parvalhão!" e desliguei. Escrevi o número dele
juntamente com a palavra "parvalhão" e guardei-o.

De vez em quando, sempre que tinha umas contas chatas para pagar ou um
dia mesmo mau, telefonava-lhe e gritava-lhe:
"És um parvalhão!" Isso animava-me.
Quando surgiu a identificação de chamadas, pensei que o meu
terapêutico telefonema do "parvalhão" iria acabar. Por isso,
liguei-lhe e disse:
"-Boa tarde. Daqui fala da PT. Estamos a ligar-lhe para saber se
conhece o nosso serviço de identificação de chamadas!"
Ele disse:
-"NÃO!" e bateu o telefone.

De seguida liguei-lhe, e disse:
"É porque és um parvalhão!"

Uma vez, estava no parque do Centro Comercial e, quando me preparava
para estacionar num lugar livre, um tipo num BMW cortou-me o caminho e
estacionou no lugar que eu tinha estado à espera que vagasse.
Buzinei-lhe e disse-lhe que estava ali primeiro à espera daquele
lugar, mas ele ignorou-me. Reparei que tinha um letreiro "Vende-se" no
vidro de trás do carro, e tomei nota do número de telefone que lá
estava. Uns dias mais tarde, depois de ligar ao primeiro parvalhão,
pensei que era melhor telefonar também para o parvalhão do BMW.
Perguntei-lhe:
-"É o senhor que tem um BMW preto à venda?"
-"Sim", disse ele.
-"E onde é que o posso ver?", perguntei.
-"Pode vir vê-lo a minha casa, aqui na Rua da Descobertas, Nº 36. É
uma casa amarela e o carro está estacionado mesmo à frente."
-"E o senhor chama-se?..." perguntei.
-"O meu nome é Alberto Palma", disse ele.
-"E a que horas está disponível para mostrar o carro?"
-"Estou em casa todos os dias depois das cinco."
-"Ouça, Alberto, posso dizer-lhe uma coisa?"
-"Diga!"
-"És um grande parvalhão!", e desliguei o telefone. Agora, sempre que
tinha um problema, tinha dois "parvalhões" a quem telefonar. Tive,
então, uma ideia. Telefonei ao parvalhão Nº 1.
-"Está?"
-"És um parvalhão!" (mas não desliguei) "Ainda estás aí?"
Ele perguntou. "Sim", disse-lhe. "Deixa de me telefonar!" gritou.
-"Impede-me", disse eu.
-"Quem és tu?" perguntou.
-"Chamo-me Alberto Palma", respondi.
-"Ah sim? E onde é que moras?"
-"Moro na Rua da Descobertas, Nº 36, tenho o meu BM preto mesmo em
frente, ó parvalhão. Porquê?
-"Vou já aí, Alberto. É melhor começares a rezar", disse ele.
-"Estou mesmo cheio de medo de ti, ó parvalhão!" e desliguei.
A seguir, liguei ao parvalhão Nº 2. "Está?"
-"Olá, parvalhão!", disse eu.
Ele gritou-me: "Se descubro quem tu és..."
-"Fazes o quê?" perguntei-lhe.
-"Parto-te a tromba!" disse ele.
E eu disse-lhe:
-"Olha, parvalhão, vais ter essa oportunidade. Vou agora aí a tua
casa, e já vais ver."
Desliguei e telefonei à Polícia, dizendo que morava na Rua da
Descobertas, Nº 36 e que ia agora para casa matar o meu namorado gay.
Depois liguei para as cadeias de TV e falei-lhes sobre a guerra de
gangs que se estava a desenrolar nesse momento na Rua da Descobertas.
Peguei no meu carro e fui para a Rua da Descobertas. Cheguei a tempo
dever dois parvalhões a matarem-se à pancada em frente de seis
viaturas da Polícia e uma série de repórteres de TV. Já me sinto muito
melhor. Gerir a raiva sempre funciona.

e-mail enviado por um amigo

terça-feira, 17 de outubro de 2006

Ou então este



































































Bugatti Veyron

8000 cc de cilindrada, 16 cilindros em W, 1001CV, 0-100Km/h em 2,5 segundos , pneus 335/30R

Preço: 1.200.000 € .

.Vídeo

domingo, 15 de outubro de 2006

Vou ver se compro este quando sair















































Ou então espero que saia outro melhor...

Comercio Tuga














Palavras para quê?

Portugal vale a pena!!!

















Meus Caros amigos,
Afinal Portugal vale a pena. É de facto bom saber que há rebuçados destes que nos fazem bem, porque aumentam a nossa auto-estima. Leiam que vale a pena

Portugal vale a pena

Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade de recém-nascidos do mundo, melhor que a média da União Europeia.

Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.

Mas onde outra é líder mundial na produção de feltros para chapéus.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende para mais de meia centena de mercados.

E que tem também outra empresa que concebeu um sistema através do qual você pode escolher, pelo seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar.

Eu conheço um país que inventou um sistema biométrico de pagamentos nas bombas de gasolina e uma bilha de gás muito leve que já ganhou vários prémios internacionais.

E que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, onde se fazem operações que não é possível fazer na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos.

Que fez mesmo uma revolução no sistema financeiro e tem as melhores agências bancárias da Europa (três bancos nos cinco primeiros).

Eu conheço um país que está avançadíssimo na investigação da produção de energia através das ondas do mar.

E que tem uma empresa que analisa o AND de plantas e animais e envia os resultados para os clientes de toda a Europa por via informática.

Eu conheço um país que tem um conjunto de empresas que desenvolveram sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos a pequenas e médias empresas.

Eu conheço um país que conta com várias empresas a trabalhar para a NASA ou para outros clientes internacionais com o mesmo grau de exigência.

Ou que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.

Ou que vai lançar um medicamento anti-epiléptico no mercado mundial.

Ou que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.

Ou que produz um vinho que "bateu" em duas provas vários dos melhores vinhos espanhóis.

E que conta já com um núcleo de várias empresas a trabalhar para a Agência Espacial Europeia.

Ou que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamentos de cartões pré-pagos para telemóveis.

E que está a construir ou já construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pouco por todo o mundo.

O leitor, possivelmente, não reconhece neste País aquele em que vive - Portugal.

Mas é verdade.

Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses, desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses.

Chamam-se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Brisa, Bial, Grupo Amorim, Quinta do Monte d'Oiro, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Space Services. E, obviamente, Portugal Telecom Inovação. Mas também dos grupos Pestana, Vila Galé, Porto Bay, BES Turismo e Amorim Turismo.

E depois há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, trabalhando com técnicos portugueses, que há anos e anos obtêm grande sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal, McDonalds (que desenvolveu em Portugal um sistema em tempo real que permite saber quantas refeições e de que tipo são vendidas em cada estabelecimento da cadeia norte-americana).

É este o País em que também vivemos.

É este o País de sucesso que convive com o País estatisticamente sempre na cauda da Europa, sempre com péssimos índices na educação, e com problemas na saúde, no ambiente, etc.

Mas nós só falamos do País que está mal. Daquele que não acompanhou o progresso. Do que se atrasou em relação à média europeia.

Está na altura de olharmos para o que de muito bom temos feito. De nos orgulharmos disso. De mostrarmos ao mundo os nossos sucessos - e não invariavelmente o que não corre bem, acompanhado por uma fotografia de uma velhinha vestida de preto, puxando pela arreata um burro que, por sua vez, puxa uma carroça cheia de palha.

E ao mostrarmos ao mundo os nossos sucessos, não só futebolísticos, colocamo-nos também na situação de levar muitos outros portugueses a tentarem replicar o que de bom se tem feito.

Porque, na verdade, se os maus exemplos são imitados, porque não hão-de os bons serem também seguidos?

Nicolau Santos,
Director - adjunto do Jornal Expresso

In Revista Exportar

domingo, 8 de outubro de 2006

Revolução da Alma, de Aristóteles

Aristóteles, filósofo grego, escreveu este texto " Revolução da Alma" no ano 360 A.C. . .

Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue a sua alegria, a sua paz, a sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém.
Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão de ser da sua vida é você mesmo.
A sua paz interior deve ser a sua meta de vida; quando sentir um vazio na alma, quando acreditar que ainda falta algo, mesmo tendo tudo, remeta o seu pensamento para os seus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe dentro de si.
Pare de procurar a sua felicidade cada dia mais longe.
Não tenha objetivos longe demais das suas mãos, abrace aqueles que estão ao seu alcance hoje.
Se está desesperado devido a problemas financeiros, amorosos ou de relacionamentos familiares, busque no seu interior a resposta para se acalmar, você é reflexo do que pensa diariamente.
Pare de pensar mal de si mesmo, e seja o seu próprio melhor amigo, sempre.
Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar.
Então abra um sorriso de aprovação para o mundo, que tem o melhor para lhe oferecer.
Com um sorriso, as pessoas terão melhor impressão sua, e você estará afirmando para si mesmo, que está "pronto"para ser feliz.
Trabalhe, trabalhe muito a seu favor.
Pare de esperar que a felicidade chegue sem trabalho.
Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda.
Agradeça tudo aquilo que está na sua vida, neste momento, incluindo nessa gratidão, a dor.
A nossa compreensão do universo ainda é muito pequena, para julgarmos o que quer que seja na nossa vida.
"A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las."

sábado, 7 de outubro de 2006

Paw Nokoko fala sobre o conhecimento












Um dia Koko Zan encontrou Paw Nokoko amarrando uma minhoca viva na ponta de uma linha de pesca, à beira do lago PEI do.
- Neste lago não há peixes e só vive um crocodilo que é vegetariano, ironizou Koko Zan.
- Mas esta minhoca não é, respondeu Paw Nokoko, mergulhando no lago com a minhoca na mão.

quarta-feira, 27 de setembro de 2006

Fernando Savater

Este é um escritor que eu gosto…

Esta foi uma entrevista que ele deu em Abril.

Lembrei-me dele porque vi ontem uma entrevista na televisão e gostei.

Só para abrir o apetite:

"Naquilo em que a liberdade intervém, os seres humanos são muito distintos, porque nós não sabemos o queremos com a nossa liberdade. Mas onde a necessidade intervém, somos muito parecidos, porque nós não escolhemos as nossas necessidades."

Alguns livros do autor:

"Ética para um jovem"
"Politica para um jovem"
"O valor de educar"
"A infância recuperada"
"O grande labirinto", entre outros...

ESPLANAR: Fernando Savater: Entrevista

sábado, 23 de setembro de 2006

Paw Nokoko fala sobre a mente

Um filhote de dragão, com apenas poucos séculos de idade, perguntou a seu pai, um dragão com alguns milhares de anos.
- O que é um dragão?
- Uma ficção da mente, respondeu o velho dragão.
E, num instante, ambos dissolveram-se no ar.

terça-feira, 19 de setembro de 2006

Software para sua vida













cliente: Alô... é do Sector de "Atendimento ao Cliente"???

Recepcionista: Boa tarde Senhora. Em que lhe posso ser útil?

Cliente: Comprei o seu programa AMOR, mas até agora não consegui instalar. Eu não sou técnica no assunto, mas acho que posso instalar com a sua ajuda. O que eu devo fazer primeiro?

Recepcionista: O primeiro passo é abrir o seu CORAÇÃO. A senhora encontrou seu CORAÇÃO?

Cliente: Sim, encontrei. Mas há diversos programas funcionando agora. Tem algum problema em instalar o AMOR enquanto outros programas estão funcionando?

Recepcionista: Que programas estão funcionando, senhora?

Cliente: Deixe-me ver... Eu tenho, BAIXA ESTIMA.EXE, RESSENTIMENTO.COM, ODIO.EXE e RANCOR.EXE funcionando agora.

Recepcionista: Nenhum problema. O AMOR apagará automaticamente RANCOR.EXE de seu sistema operacional actual. Pode ficar em sua memória permanente, mas não vai causar problemas por muito tempo para outros programas. O AMOR vai reescrever BAIXA ESTIMA.EXE em uma versão melhor, chamada AUTO ESTIMA.EXE. Entretanto, a senhora tem que desligar completamente o ODIO.EXE e RESSENTIMENTO.COM. A senhora pode desligá-los?

Cliente: Eu não sei como desligá-los. Você pode me dizer como?

Recepcionista: Com prazer! Vá ao Menu e clique em PERDAO.EXE. Faça isso quantas vezes forem necessárias, até o ODIO.EXE e RESSENTIMENTO.COM serem apagados completamente.

Cliente: Ok! Terminei! O AMOR começou a instalar-se automaticamente. Isso é normal?

Recepcionista: Sim, é normal. A senhora deverá receber uma mensagem dizendo que reinstalará a vida de seu coração. A senhora tem essa mensagem?

Cliente: Sim, eu tenho. Está completamente instalado?

Recepcionista: Sim. Mas lembre-se: a senhora só tem o programa de modelo básico. A senhora precisa começar a se conectar com outros CORAÇÕES a fim de obter melhoramentos.

Cliente: Oh! Meu Deus! Eu já tenho uma mensagem de erro. Que devo fazer?

Recepcionista: O que diz a mensagem?

Cliente: Diz: "ERRO 412 - O PROGRAMA NÃO FUNCIONA EM COMPONENTES INTERNOS". O que isso significa?

Recepcionista: Não se preocupe, senhora. Este é um problema comum. Significa que o programa do AMOR está ajustado para funcionar em CORAÇÕES externos, mas ainda não está funcionando em seu CORAÇÃO. É uma daquelas complicadas coisas de programação, mas em termos não técnicos, significa que a senhora tem que "AMAR" sua própria máquina antes que possa amar outra.

Cliente: Então, o que devo fazer?

Recepcionista: A senhora pode achar o directório chamado "AUTO ACEITAÇÃO"?

Cliente: Sim, encontrei.

Recepcionista: Excelente! A senhora está ficando óptima nisto!

Cliente: Obrigada!

Recepcionista: De nada. Faça o seguinte: clique nos arquivos BONDADE.DOC, AUTO ESTIMA.TXT, VALORIZE-SE.TXT, PERDÃO.DOC e copie-os para o directório "MEU CORAÇÃO". O sistema irá reescrever todos os arquivos em conflito e começará a consertar a programação defeituosa. Também a senhora precisa apagar AUTO CRITICA.EXE de todos os directórios e depois esvazie a sua lixeira para certificar-se de que nunca voltem.

Cliente: Consegui! Meu CORAÇÃO está cheio de arquivos realmente puros! Eu tenho no meu monitor, agora, o SORRISO.MPG e está mostrando que PAZ.EXE, CONTENTAMENTO.COM e BONDADE.COM foram instalados automaticamente no meu CORAÇÃO.

Recepcionista: Então, terminamos! O AMOR está instalado e funcionando, Ah! Mais uma coisa antes de eu ir.

Cliente: Sim?

Recepcionista: O AMOR é um programa grátis.Faça o possível para distribuir uma cópia de seus vários modelos a quem a senhora encontrar e, dessa forma, a senhora receberá de volta dessas pessoas novos modelos verdadeiramente puros.

e-mail enviado por um amigo.

(Era tão bom se houvesse um software assim, ou talvez não...)

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

A lagarta e a flor











Era uma vez uma lagarta que se tinha enamorado de uma flor.

Era evidentemente um amor impossível, mas o insecto não queria seduzi-la nem fazer dela o seu par. Nem sequer queria falar de amor. Ele apenas sonhava em chegar até ela e dar-lhe um beijo.

Só um beijo.

Todas as manhãs e todas as tardes a lagarta olhava para a sua amada que estava cada vez mais alta, cada vez mais longe. Todas as noites sonhava que finalmente chegaria até ela e a beijaria.

Um dia, a lagartinha decidiu que não podia continuar a sonhar todas as noites com a flor e não fazer nada para realizar o seu sonho. Por isso, avisou corajosamente os seus amigos, os escaravelhos, as formigas e as minhocas, que treparia pelo caule para beijar a flor.

Todos afirmaram que ela estava louca e a maioria tentou dissuadi-la, mas não houve maneira, a lagarta arrastou-se até à base do caule e iniciou a escapadela. Trepou toda a manhã e toda a tarde, mas quando o sol se pôs, os músculos dela estavam exaustos.

«Passarei a noite agarrada ao caule – pensou ela – e amanhã continuarei a subir.» «Estou mais perto do que ontem», pensou, embora só tivesse alcançado dez centímetros e a flor estivesse a mais de um metro e meio de altura. No entanto, o pior foi que, enquanto dormia, o seu corpo viscoso e húmido resvalou pelo caule e de manhã a lagarta despertou onde tinha começado um dia antes. A lagarta olhou para cima e pensou que devia redobrar os esforços durante o dia e agarrar-se com mais força ao caule durante a noite. De nada serviram as boas intenções. Todos os dias a lagarta trepava e todas as noites resvalava outra vez até ao chão.

No entanto, a cada noite, enquanto descia sem o saber continuava a sonhar com o seu desejado beijo. Os seus amigos pediram-lhe que renunciasse ao seu sonho ou que sonhasse outra coisa, mas a lagarta sustentou com razão que não podia mudar o que sonhava quando dormia e que, se renunciasse aos seus sonhos, deixaria de ser quem era. Continuou tudo na mesma durante dias, até que uma noite…Uma noite, a lagarta sonhou tão intensamente com a sua flor que os sonhos se transformaram em asas e de manhã a lagarta acordou borboleta, desdobrou as asas, voou até à flor e beijou-a.

Jorge Bucay no livro” Conta Comigo”

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Posso ter defeitos - Fernando Pessoa

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis
no recôndito da alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre
da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta .
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo... "

Fernando Pessoa

domingo, 23 de julho de 2006

O comboio da vida

clica na imagem

Mulher forte e Mulher de força

Uma mulher forte malha todo dia para manter seu corpo em forma...
Uma mulher de força constrói relacionamentos para manter a sua alma em forma.


Uma mulher forte não tem medo de nada...
Uma mulher de força demonstra coragem, em meio a seus medos.



Uma mulher forte não permite que ninguém tire o melhor dela...
Uma mulher de força dá o melhor de si a todos.


Uma mulher forte comete erros e evita-os no futuro...
Uma mulher de força percebe que os erros na vida, também podem ser bênçãos inesperadas e aprende com eles.


Uma mulher forte tem o olhar de segurança na face...
Uma mulher de força tem a graça.


Uma mulher forte acredita que ela é forte o suficiente para a jornada...
Uma mulher de força tem fé que é durante a jornada que ela se tornará forte.

- e-mail de um amigo-

sexta-feira, 21 de julho de 2006

O Sentido Do Amor




http://www.maxima.pt/0206/dos/100.shtml

Eu não sou feliz - Paulo Coelho

Um dos comentários mais freqüentes em qualquer entrevista é:
- ...e agora que você é uma pessoa feliz...
O que provoca uma imediata reação:
- Eu disse que sou feliz?
Não sou feliz, e a busca da felicidade, enquanto objetivo principal, não faz parte do meu mundo. Evidente que, desde que me entendo por gente, faço o que gostaria de fazer. Por causa disso já fui internado três vezes em um hospital psiquiátrico, passei poucos mas terríveis dias nos porões da ditadura militar brasileira, perdi e ganhei amigos e namoradas com a mesma velocidade. Entrei por caminhos que, se hoje pudesse voltar atrás, talvez tivesse evitado, mas alguma coisa sempre me empurrava para a frente, e com toda certeza não era a busca da felicidade. O que me interessa na vida é a curiosidade, os desafios, o bom combate com suas vitórias e derrotas. Carrego muitas cicatrizes, mas também carrego momentos que jamais teriam acontecido se eu não tivesse ousado além dos meus limites. Enfrento meus pavores e meus momentos de solidão, e penso que uma pessoa feliz jamais passa por isso.
Mas não tem a menor importância: estou contente. E alegria não é exatamente sinônimo de felicidade, que para mim se parece mais com uma tarde morna de domingo, onde não existe qualquer desafio, apenas o descanso que em algumas horas se transforma em tédio, os mesmos programas de televisão no final da tarde, a perspectiva da segunda-feira esperando com sua rotina.
Comento tudo isso porque fui surpreendido com uma extensa matéria de capa em uma das mais conceituadas revistas americanas, geralmente dedicada a assuntos políticos. O tema era: “A ciência da felicidade: ela está em seu sistema genético?” A parte das coisas de sempre (tabelas de países mais ou menos felizes, estudos sociológicos sobre a busca do homem para um sentido em sua vida, oito passos para encontrar a harmonia), a matéria trazia algumas observações interessantes, que me fizeram ver, pela primeira vez, que não estou sozinho em meus conceitos:
A] - Países onde a renda é abaixo de 10.000 dólares por ano, são países onde a maioria das pessoas é infeliz. Entretanto, descobriu-se que, a partir daí, a diferença monetária já não é tão importante assim. Um estudo científico feito com as 400 pessoas mais ricas dos Estados Unidos, mostra que elas são apenas ligeiramente mais felizes que aquelas que ganham 20.000 dólares. Conseqüência lógica: evidente que pobreza é algo inaceitável, mas o velho ditado “dinheiro não traz felicidade” está sendo comprovado em laboratórios.
B] - A felicidade é apenas mais um dos truques que nosso sistema genético nos prega para cumprir seu único papel: a sobrevivência da espécie. Assim, para nos forçar a comer ou fazer amor, é preciso associar um elemento chamado “prazer”.
C] - Por mais que as pessoas se digam felizes, ninguém está satisfeito: é sempre preciso namorar a mulher mais bonita, comprar uma casa maior, trocar de carro, desejar aquilo que não se tem. Também isso é uma manifestação sutil do instinto de sobrevivência: no momento em que as pessoas se sentirem plenamente felizes, ninguém irá ousar fazer mais nada de diferente, e o mundo pára de evoluir.
D] Portanto, tanto no plano físico (comer, fazer amor) como no plano emocional (desejar sempre aquilo que não se tem), a evolução do ser humano ditou uma regra importante e fundamental: a felicidade não pode durar. Ela será sempre feita de momentos, de modo que jamais possamos nos acomodar em uma poltrona e apenas contemplar o mundo.
Conclusão: é melhor esquecer esta idéia de buscar a felicidade a todo custo, e ir em busca de coisas mais interessantes, como os mares desconhecidos, as pessoas estranhas, os pensamentos provocadores, as experiências arriscadas. Só dessa maneira estaremos vivendo inteiramente nossa condição humana, contribuindo para uma civilização mais harmoniosa e mais em paz com as outras culturas. Claro, tudo tem um preço, mas vale a pena pagar.

Paulo Coelho

A Lição da Borboleta












"Um dia, uma pequena abertura apareceu num casulo; um homem sentou-se e observou a borboleta por várias horas, conforme ela se esforçava para fazer com que seu corpo passasse através daquele pequeno buraco.

Então pareceu-lhe que ela havia parado de fazer qualquer progresso.
Parecia que ela tinha ido o mais longe que podia, e não conseguia ir mais.

Então o homem decidiu ajudar a borboleta: ele pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo.
A borboleta então saiu facilmente.
Mas seu corpo estava murcho, era pequeno e tinha as asas amassadas.

O homem continuou a observá-la, porque ele esperava que, a qualquer momento, as asas dela se abrissem e esticassem para serem capazes de suportar o corpo que iria se afirmar a tempo.

Nada aconteceu!
Na verdade, a borboleta passou o resto da sua vida rastejando com um corpo murcho e asas encolhidas.

Ela nunca foi capaz de voar.

O que o homem, em sua gentileza e vontade de ajudar não compreendia, era que o casulo apertado e o esforço necessário à borboleta para passar através da pequena abertura era o modo pelo qual Deus fazia com que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas, de forma que ela estaria pronta para voar uma vez que estivesse livre do casulo.

Algumas vezes, o esforço é justamente o que precisamos em nossa vida.

Se Deus nos permitisse passar através de nossas vidas sem quaisquer obstáculos, ele nos deixaria aleijados.
Nós não iríamos ser tão fortes como poderíamos ter sido.
Nós nunca poderíamos voar.

Eu pedi forças... e Deus deu-me dificuldades para me fazer forte.

Eu pedi sabedoria... e Deus deu-me problemas para resolver.

Eu pedi prosperidade... e Deus deu-me cérebro e músculos para trabalhar.

Eu pedi coragem... e Deus deu-me obstáculos para superar.

Eu pedi amor... e Deus deu-me pessoas com problemas para ajudar.

Eu pedi favores... e Deus deu-me oportunidades.

Seja Deus o que for para si.

Eu não recebi nada do que pedi... mas eu recebi tudo de que precisava."

Viva a vida sem medo, enfrente todos os obstáculos e mostre que você pode superá-los.



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quinta-feira, 20 de julho de 2006

Sabias que...

Sabias que quando invejas alguém, é porque na verdade gostas dessa pessoa?
Sabias que aqueles que parecem ter um coração muito forte, são naverdade fracos e mais susceptíveis?
Sabias que aqueles que passam o seu tempo protegendo os outros são aqueles que na verdade precisam que alguém os proteja a eles?
Sabias que as três coisas mais difíceis de dizer são:
Amo-te, desculpa e ajuda-me?
As pessoas que dizem isto realmente sentem necessidade disso ou sentem-no, e são aqueles que realmente precisas de valorizar, porque o disseram.
Sabias que aquelas pessoas que se ocupam servindo de companhia para alguém ou ajudando os outros, são aqueles que realmente precisam de companhia e ajuda?
Sabias que aqueles que se vestem de vermelho são os que têm mais confiança em si próprios?
Sabias que aqueles que se vestem de amarelo são aqueles que apreciam a sua própria beleza?
Sabias que aqueles que se vestem de preto, são aqueles que querem passar despercebidos e precisam da tua ajuda e compreensão?
Sabias que quando ajudas alguém, que a ajuda retorna a ti a duplicar?
Sabias que aqueles que necessitam mais da tua ajuda são aqueles que menos o mencionam?
Sabias que é mais fácil dizeres o que sentes escrevendo do que dizê-lo cara a cara?
Mas sabias que tem mais valor quando o dizes na cara?
Sabias que o mais difícil para ti de fazeres ou dizeres é mais valioso de que algo que vale muito dinheiro?
Sabias que se pedires algo com muita fé, os teus desejos são mais possiveis de realizar?
Sabias que podes tornar os teus sonhos realidade, tal como apaixonares-te, tornares-te rico, saudável, se o pedires com fé, e se realmente souberes, ficarás surpreso com aquilo que consegues fazer.
Mas não acredites em tudo que te digo, até que o tentes por ti mesmo,
se souberes de alguém que precisa de algo que mencionei, e souberes que podes ajudar, verás que serás recompensado a duplicar.

SABIAS QUE PODERÁS SEMPRE CONTAR COMIGO???... NO MOMENTO, TEMPO E LUGAR QUE ME NECESSITARES, EU ESTAREI LÁ PARA TI!!!!!
"Um dia, nós mudaremos o mundo... ou já o estamos a fazer"

... Se o mundo acabasse daqui a24 horas, todas as linhas telefónicas, chat rooms e e-mails estariam saturados de pessoas enviando mensagens aos outros, dizendo"Arrependo-me de te ter Magoado", "Perdoa-me", "Amo-te", "Tenho-te em grande estima","Toma conta de ti" e também, "Eu sempre te amei, mas nunca te o disse".

-e-mail recebido de um amigo-

terça-feira, 18 de julho de 2006

sentir II

Tempo despido de saudade
Saído do tempo visto
Tentando-me encontrar
no que tenho passado

O tema da vida ?
A obra esquecida?
A busca do nada ?

Encontro de novo com a vida
Procura do tempo que não senti
Encontro com a vida que sofri e

Espero...e
Vivo

terça-feira, 11 de julho de 2006

Sentir

Deixa passar esta dor
Olha o que está por baixo
Dois pontos ao longe
Barulho ao fundo

Arde o estômago
Calor em todo o corpo
Som ondulante no dia
Balanço de emoções

Encontro-te comigo
Mexo os braços
Olho a rua
É Outono
em mim

Cântico negro - José Régio

"Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí!
Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!

Lagrimas de preta - António Gedeão

Encontrei uma preta que estava a chorar,

pedi-lhe uma lágrima para a analisar.

Recolhi a lágrima com todo o cuidado num tubo de ensaio bem esterilizado.

Olhei-a de um lado, do outro e de frente: tinha um ar de gota muito transparente.

Mandei vir os ácidos, as bases e os sais,as drogas usadas em casos que tais.

Ensaiei a frio, experimentei ao lume,de todas as vezes deu-me o que é costume:

nem sinais de negro, nem vestígios de ódio. Água (quase tudo) e cloreto de sódio.

Desiderato - autor desconhecido

Caminha sereno e tranquilo no meio do ruído e da precipitação e lembra-te da paz que podes encontrar no silêncio.

Sempre que possível, sem abdicares de ti próprio, sê bom e amigo de todos.

Proclama a tua verdade, calma e claramente, e escuta o que dizem os outros, mesmo os estúpidos e ignorantes. Eles também têm coisas para contar.

Foge das pessoas ruidosas e arrogantes, pois são vexames da inteligência.

Se te comparares com outros, podes tornar-te vaidoso e despeitado, porque sempre haverá pessoas melhores e piores do que tu.

Compraze-te com os teus êxitos assim como com os teus planos e projectos.

Interessa-te pela tua profissão, por mais humilde que ele seja. É um autêntico bem que não te fugirá nos incertos acasos do tempo.

Tem cautela com os teus negócios, pois o Mundo é cheio de enganos. Mas que isto não te cegue ao ponto de te não deixar ver onde a virtude reside.

Muitos homens lutam por elevados ideais e, em toda a parte, a vida está cheia de heroísmos.

Sê tu próprio. Sê autêntico e, principalmente, não sejas pedante e afectado, nem uses de cinismo em relação ao amor porque, perante o que é árido e tudo o que é desencantamento e desilusão, ele é perene como a erva brava.

Aceita de boa mente o conselho dos anos, abandonando, sem pesar, as coisas da juventude.

Fortalece o teu espírito, para que este te sirva de escudo contra a adversidade inesperada, mas não te aflijas com receios que só existem na tua imaginação.

Muitos temores nascem da fadiga e da solidão. A disciplina só te pode ser salutar, mas não sejas severo para contigo.

Tu és filho do universo e tal como as arvores e as estrelas, tens o direito de estares onde estás.

Possas tu ou não entende-lo, não há duvida alguma que o universo é aquilo que deve ser.

Portanto, vive em paz com Deus, qualquer que seja a forma como o imaginas.

Quaisquer que sejam os teus trabalhos e aspirações, preserva a paz da tua alma nesta turbulenta confusão da vida.

O mundo, com todo o seu fingimento, fadigas e sonhos desfeitos, é ainda um belo Mundo.

Tem cuidado, procura ser feliz.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Depois de algum tempo - Veronica Shoffstall

Depois de algum tempo aprendes
a subtil diferença entre
segurar uma mão e acorrentar uma alma
e aprendes que amar não significa encostar-se
e companhia nem sempre quer dizer segurança

e começas a aprender
que beijos não são contratos
e presentes não são promessas
e começas a aceitar as tuas derrotas
com a cabeça erguida e os olhos em frente
com a graça de uma mulher,
não com a pena de uma criança

e aprendes
a construir todas as tuas estradas hoje
porque o terreno de amanhã é
demasiado incerto para planos
e o futuro tem o hábito
de cair a meio do voo.

Depois de algum tempo aprendes
que até mesmo a luz do sol queima se te expuseres demasiado
então planta o teu próprio jardim
e decora a tua própria alma
em vez de esperar
que alguém te traga flores

E aprendes
que realmente podes resistir
que és realmente forte
tens realmente valor
e aprendes e aprendes
com cada adeus, aprendes.


After a while - Veronica Shoffstall

After a while you learn
the subtle difference between
holding a hand and chaining a soul
and you learn that love doesn't mean leaning
and company doesn't always mean security.

And you begin to learn
that kisses aren't contracts
and presents aren't promises
and you begin to accept your defeats
with your head up and your eyes ahead
with the grace of woman,
not the grief of a child

and you learn
to build all your roads on today
because tomorrow's ground is
too uncertain for plans
and futures have a way
of falling down in mid-flight.

After a while you learn
that even sunshine burns if you get too much
so you plant your own garden
and decorate your own soul
instead of waiting
for someone to bring you flowers.

And you learn
that you really can endure
you really are strong
you really do have worth
and you learn and you learn
with every goodbye, you learn.

sexta-feira, 30 de junho de 2006

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you,
If you can trust yourself when all men doubt you
But make allowance for their doubting too,
If you can wait and not be tired by waiting,
Or being lied about, don't deal in lies,
Or being hated, don't give way to hating,
And yet don't look too good, nor talk too wise:

If you can dream--and not make dreams your master,
If you can think--and not make thoughts your aim;
If you can meet with Triumph and Disaster
And treat those two impostors just the same;
If you can bear to hear the truth you've spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to, broken,
And stoop and build 'em up with worn-out tools:

If you can make one heap of all your winnings
And risk it all on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: "Hold on!"

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings--nor lose the common touch,
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much,
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds' worth of distance run,
Yours is the Earth and everything that's in it,
And--which is more--you'll be a Man, my son!

Rudyard Kipling

Se

Se consegues manter a calma quando à tua volta todos a perdem e te culpam por isso;
Se consegues manter a confiança em ti próprio quando todos duvidam de ti,
Mas aceitas que eles também possam duvidar,
Se consegues esperar sem te cansares por esperar,
Ou quando te mentirem não lidares com mentiras
Ou quando fores odiado não deres espaço ao ódio
Sem porém te fazeres demasiado bom nem falares com demasiada eloquência:

Se consegues sonhar sem fazeres dos sonhos teus mestres
Se consegues pensar sem fazeres dos pensamentos teus objectivos
Se consegues lidar com o Triunfo e a Derrota e tratares esses dois impostores do mesmo modo;
Se consegues suportar ouvir a verdade que disseste deturpada por velhacos a servir de armadilha para tolos,
Ou te deparares com aquilo pelo qual viveste, partido,
E te curvares e reconstruíres tudo de novo com instrumentos gastos:

Se consegues com um mão cheia dos teus ganhos
Arriscar tudo o numa jogada de cara ou coroa,
E perderes e recomeçares de início
Sem nunca suspirares uma palavras da tua perda;
Se consegues forçar o teu coração e nervos e vigor
Para te servirem já depois de estarem esgotados
E aguentares quando já não tiveres nada em ti
A não ser a vontade que te diz: "Aguenta!"

Se consegues falar para multidões e manter a tua virtude,
Ou andares com reis sem perderes o teu ar vulgar,
Se nem inimigos ou amigos te conseguirem magoar;
Se todas as pessoas contarem contigo, mas nenhuma demasiado,
Se consegues preencher o minuto que passa
Com o valor dos sessenta segundos de um corredor
Tua é a Terra e tudo o que nela existe,
E o que ainda é mais…, tu serás um Homem, meu filho!

Rudyard Kipling